Dendropanax cuneatus (DC.) Decne. & Planch.

Maria-mole

Árvore inerme, subcaducifólia ou caducifólia, heliófila a semi-ciófila, até 12 m de altura e 30 cm de DAP. Ritidoma cinzento a pardacento, íntegro, com algumas áreas fissuradas e descamantes; casca interna  amarelada, odorífera, circundada por epiderme verde-clara. Madeira brancacenta a marrom-claro, moderadamente pesada. Folhas simples, alterno-espiraladas, elípticas,  glabras, com 4-15 x 2,5-7 cm. Inflorescências umbeliformes, terminais, com 10-15 cm de comprimento, formadas por umbelas com 15-20 flores e 4-6 cm de comprimento. Flores amareladas, diclamídeas, pentâmeras,  hermafroditas, com 5-6 mm de comprimento. Frutos globosos, levemente sulcados, polispermos, suculentos, com 5-7mm de comprimento.  Sementes brancacentas, comprimidas, com 5 x 2,5 mm.

Ocorre na Argentina, Paraguai, Bolívia, Peru e Brasil, nas unidades federativas das regiões Sul, Sudeste, Centro-Oeste e no Acre, Rondônia, Pará, Tocantins e Bahia. É encontrada na maior parte da área de abrangência do Cerrado, em florestas-galerias e eventualmente em florestas estacionais subcaducifólias e perenifólias.

Floresce entre maio e agosto e apresenta frutos maduros entre outubro e fevereiro. As flores são frequentadas por insetos de diversas ordens, mas são polinizadas por moscas. Segundo Pombal & Morellato (1995) a formação de frutos é maior quando ocorre polinização cruzada. As sementes são dispersas por aves e provavelmente por mamíferos arborícolas.

Fornece madeira utilizável em obras internas e em confecção de caixotes, molduras, tamancos, brinquedos e assemelhados. As flores são fonte de néctar e pólen para insetos e os frutos entram na dietas de pássaros e provavelmente de outros animais arborícolas. A espécie é indicada para arborização urbana e rural e recomposição de áreas desmatadas.

As sementes possuem dormência, mas germinam com relativa facilidade quando são retiradas de frutos completamente maduros, bem lavadas e cobertas com uma fina camada de substrato argilo-arenoso. 

D. cuneatus possui ampla distribuição no Cerrado, é relativamente frequente, habita áreas de preservação permanente (florestas-galerias) e está representada em unidades de conservação de proteção integral.

Superfície do ritidoma e cor da casca interna. Iraí de Minas (MG), 07-08-2014

Folhas.Iraí de Minas (MG), 07-08-2014

Inflorescências. Iraí de Minas (MG), 07-08-2014

Frutos no início da maturação. Mambaí (GO), 23-08-2017

LITERATURA
FIASCHI, P. 2006. Araliaceae. In: CAVALCANTI, T.B. (org.). Flora do Distrito Federal, Brasil. Brasília: Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia, v.5, p.29-41.
Fiaschi, P.; Nery, E.K. Araliaceae in Flora e Funga do Brasil. Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Disponível em: <https://floradobrasil.jbrj.gov.br/FB5098>. Acesso em: 11 mar. 2023.
KILLEEN, T. J. et al. 1993. Guia de arboles de Bolívia. La Paz: Herbario Nacional de Bolivia/Missouri Botanical Garden, 958 p.
LOPEZ, J. A. et al. 1987. Arboles comunes del Paraguay; ñande yvyra mata kuera. Washington, D.C.: Cuerpo de Paz, 425 p.
PEIXOTO, A.B.F. 1982. Araliaceae. In: RIZZO, J.A. (coord.). Flora do Estado de Goiás: Coleção Rizzo. Goiânia, Universidade Federal de Goiás, v. 3, 43 p.
POMBAL, E.C. & MORELLATO, P.C. 1995. Polinização por moscas em Dendropanax cuneatus (DC.) Decne. & Planch. (Araliaceae) em floresta semidecídua no sudeste do Brasil. Revista Brasileira de Botânica v.18, n.1, p.157-162.
SILVA JÚNIOR, M.C. & PEREIRA, B.A.S. 2009. + 100 Árvores do Cerrado: Matas de Galeria: Guia de Campo. Brasília: Rede de Sementes do Cerrado, p.46-47.
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