Didymopanax burchellii Seem.

Sinônimo: Schefflera burchellii (Seem.) Frodin & Fiaschi.

Mandiocão, mandiocãozinho

Árvore inerme, subcaducifólia ou perenifólia, heliófila, monoica ou dioica, até 4 m de altura; às vezes arbusto. Ritidoma cinzento, sulcado ou íntegro; casca interna amarelada. Madeira esbranquiçada a amarelada, leve. Copa assimétrica, com poucos galhos. Folhas alternas espiraladas, digitadas, glabrescentes, com pecíolos de de 15-25 cm de comprimento e 3-8 folíolos discolores, peciolulados, com 8-15 x 5-8 cm. Inflorescência paniculiforme, terminal, glabrescente, com 15-30 cm de comprimento, composta por umbelas e umbélulas.  Flores amareladas, diclamídeas, pentâmeras, actinomorfas, andróginas, ocasionalmente unissexuais, com 5-6 mm de comprimento. Fruto compresso, transversalmente elipsoide, bilobado, suculento quando  maduro, com 6-8 x 8-10mm e duas sementes pequenas em endocarpos rijos.

Tem registros de ocorrência em Goiás, Mato Grosso, Tocantins, Maranhão, Piauí e Bahia.  Restringe-se a cerrados vinculados a áreas elevadas e a terrenos rochosos, denominados ‘cerrados rupestres.

Floresce entre março e junho e apresenta frutos maduros entre junho e novembro. As flores são frequentadas principalmente por abelhas, que provavelmente são os seus polinizadores. As sementes são dispersas por pássaros.

Fornece frutos para a avifauna arborícola e néctar e pólen para os insetos que visitam as flores. É indicada para recomposição de cerrados em terrenos rochosos e possui atributos decorativos que a torna apropriada para uso em ajardinamento.

É propagada por sementes, sobre as quais ainda não existem informações sobre germinação.

Ocorre em áreas pontuais do Cerrado, em habitats vulneráveis a incêndios e sem formar populações expressivas. Porém predomina em terrenos rochosos e declivosos, pouco aproveitáveis para atividades agropastoris, e está representada em pelo menos uma unidade de conservação de proteção integral nesse bioma.

Indivíduo em cerrado ralo rupestre. Alto Paraíso de Goiás (GO)

Folhas. Alto Paraíso de Goiás (GO)

Inflorescência com botões florais. Teresina de Goiás (GO)

Frutos jovens. Teresina de Goiás (GO)

LITERATURA
FIASCHI, P. 2006. Araliaceae. In: CAVALCANTI, T.B. (org.). Flora do Distrito Federal, Brasil. Brasília: Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia, v.5, p.29-41.
FIASCHI, P. & PIRANI, J.R. 2008. Padrões de distribuição geográfica das espécies de Schefflera J. R. Forst. & G. Forst. (Araliaceae) do Brasil extra-amazônico. Revista Brasileira de Botânica, v.31, n.4, p.633-644.
FIASCHI, P. & PIRANI, J.R.  2007. Estudo taxonômico do gênero Schefflera J.R. Forst & G. Forst. (Araliaceae) na região sudeste do Brasil Boletim de  Botânica da Universidade de São Paulo, v.25, n.1, p.95-142.
FIASCHI, P. & NERY, E.K. Araliaceae in Flora e Funga do Brasil. Jardim Botânico do Rio de Janeiro.Disponível em: <https://floradobrasil.jbrj.gov.br/FB43245>. Acesso em: 11 mar. 2023.
PEIXOTO, A.B.F. 1982. Araliaceae. In: RIZZO, J.A. (coord.). Flora do Estado de Goiás: Coleção Rizzo. Goiânia, Universidade Federal de Goiás, v.3, 43 p.
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