Himatanthus articulatus (Vahl) Woodson

Sinônimo: Himatanthus sucuubus (Spruce ex Müll.Arg.) Woodson

Pau-de-leite, leiteiro, tiborna, janaguba, sucuuba

Árvore inerme, latescente, caducifólia, heliófila, monoica, até 8 m de altura e 17 cm de DAP. Ritidoma espesso, irregularmente dividido, com superfície variando de negra a cinzenta e porção interna castanha; casca interna variando de rosada a amarelada. Madeira pesada, amarelada ou bege. Folhas simples, alternas, pecioladas, obovadas a elípticas, glabras, agrupadas no ápice dos ramos, com 8-12 x 4-7 cm; pecíolo com 3-5 cm de comprimento. Inflorescências fasciculadas, terminais, glabras, com 8-15 com de comprimento. Flores diclamídeas, pentâmeras, hermafroditas, perfumadas, com 3-3,5 cm de comprimento; corola torcida, com pétalas brancas na face externa e predominantemente amarela na face interna. Frutos múltiplos, aos pares, secos, papiráceos, deiscentes, polispermos, com 15-25 cm de comprimento. Sementes brancacentas, comprimidas, com ala membranácea, circular.

Distribui-se do norte da América do Sul, pelos estados da região Norte do Brasil até Goiás, Mato Grosso e provavelmente Maranhão. A sua dispersão no Cerrado pode ser considerada restrita, em virtude de ocorrer somente no centro e no norte desse bioma. É encontrada em florestas estacionais subcaducifólias, cerradões e cerrados densos, às vezes com considerável frequência.

Floresce de novembro a fevereiro e apresenta frutos maduros de maio a setembro. As flores são polinizadas por mariposas de hábito noturno da família Sphingidae. As sementes são dispersas pelo vento.

Fornece madeira apropriada para obras de acabamento interno e para confecção de móveis, cabos de ferramentas e de objetos decorativos. O látex é amplamente usado na fitoterapia popular tem grande reputação na medicina popular, sendo usado contra úlceras pépticas e como cicatrizante, vermífugo, depurativo do sangue, abortivo, anti-térmico, antitumoral, anti-inflamatório, antifúngico, anti-hipertensivo e no tratamento de hemorroidas, após diluição em água.  No entanto, um estudo realizado por Paz et al. (2013) levou à constatação de que esse látex possui propriedades tóxicas, citotóxicas, mutagênicas e genotóxicas, o que indica que o seu uso indiscriminado é perigoso para a saúde humana, A entrecasca é usada na forma de cataplasma, para curar contusões e fraturas. A espécie é indicada para recomposição de áreas desmatadas e, devido às suas vistosas flores e folhas, merece ser usada em arborização urbana.

As sementes não apresentam dormência e devem ser postas para germinar logo após a colheita. A germinação ocorre num prazo de 20 a 40 dias e a taxa de germinação pode ser superior a 70%, quando se utiliza sementes novas e selecionadas pelo tamanho e peso. O crescimento das plântulas tem sido referido como lento.

H. articulatus tem distribuição relativamente restrita no Cerrado, não possui registros de ocorrência em unidades de conservação de proteção integral nesse bioma e predomina em terrenos preferenciais para atividades agropastoris.

Distinção da espécie

(Em construção)

 

Indivíduo com tronco bifurcado na base, em cerrado denso alterado pelo homem. Niquelândia (GO), 08-11-2007

Superfície do ritidoma e cor da casca interna. Paraíso do Tocantins (TO), 22-09-2019

Folhas. Paraíso do Tocantins (TO), 22-09-2019

Inflorescências. Paraíso do Tocantins (TO), 22-09-2019

LITERATURA
Himatanthus in Flora e Funga do Brasil. Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Disponível em: <https://floradobrasil.jbrj.gov.br/FB15559>. Acesso em: 09 mai. 2023.
IBGE. 2002. Árvores do Brasil Central: espécies da Região Geoeconômica de Brasília. Rio de Janeiro: IBGE, 417 p. 
LORENZI, H. 1998. Arvores brasileiras: manual de identificação e cultivo de plantas arbóreas brasileiras. Nova Odessa (SP): Editora Plantarum, v,1., 1a ed., 352 p.
PAZ, M.F.C.J. et al. Avaliação tóxica, citotóxica, mutagênica e genotóxica do látex da Himatanthus sucuuba: uma questão de saúde pública. Revista Intertidisciplinar, v.6, n.1, p.52-61, 2013.
PLUMEL, M.M., 1991. Le genre Himatanthus (Apocynaceae) révision taxonomique. Boletim do Herbário Bradeanum, v.5, n.1, p.1-20. 
POTT, A. & POTT, V.J. 1994. Plantas do Pantanal. EMBRAPA, Centro de Pesquisa Agropecuária do Pantanal: Corumbá (MS); Serviço de Produção de Informação: Brasília, 320 p.
SPINA, A.P. 2004. Estudos taxonômico, micro-morfológico e fitogenético do gênero Himatanthus Wild. Ex. Schult. (Apocynaceae: Rauvolfioidae-Plumerieae). Tese (doutorado). Universidade Estadual de Campinas.
SPINA, A. P. et al., 2013. Typifications, new synomyms and a new combination in Himatanthus (Apocynaceae). Taxon, v.62, n.6, p.1304-1307.
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