Himatanthus obovatus (Muell.Arg.) Woodson

Pau-de-leite, leiteiro, tiborna, janaguba

Árvore inerme, caducifólia, heliófila, monoica, latescente, até 4 m de altura e 10 cm de DAP. Ritidoma cinzento ou pardacento, sulcado e descamante; casca interna rosada. Madeira moderadamente pesada, amarelada ou bege. Folhas simples, alternas, sésseis, obovadas, glabras ou pilosas na face inferior, agrupadas no ápice dos ramos, com 10-20 x 6-14 cm. Inflorescências fasciculadas, terminais, com 8-10 cm de comprimento. Flores diclamídeas, pentâmeras, hermafroditas, perfumadas, com 3,5-4 cm de comprimento; corola torcida, com pétalas brancas, amarelas na base da face interna. Frutos múltiplos, aos pares, secos, papiráceos, deiscentes, polispermos, com 10-18 cm de comprimento. Sementes branco-amareladas, comprimidas, elipsoides, com ala membranácea, brancacenta.

Ocorre no leste do Paraguai e da Bolívia e no Brasil, nas unidades federativas da região Centro-Oeste e nos estados de Rondônia, Pará, Tocantins, Maranhão, Piauí, Alagoas, Bahia, Minas Gerais e São Paulo. É frequente na maior parte do Cerrando, sendo encontrada em cerrados de várias densidades, em diversos tipos de solos.

Perde folhas entre junho e agosto, floresce entre setembro e fevereiro e apresenta frutos maduros de fevereiro a julho. As flores são polinizadas por mariposas de hábito noturno da família Sphingidae. As sementes são dispersas pelo vento.

Fornece madeira apropriada para confecção de cabos de ferramentaso de objetos que exijam lenho macio e resistente. A entrecasca do tronco é usada na fitoterapia popular como abortido, lexativo e febrífugo, sendo eventualmente encontrada em ervanários, enquanto o látex diluído em água é usado no tratamento de úlcera péptica. Uma revisão sobre esse assunto é apresentada no trabalho de Soares et al. (2013), abaixo referenciado. A espécie é indicada para recomposição de cerrados alterados e, devido às suas vistosas flores e folhas, é altamente indicada para ornamentação de jardins e logradouros públicos.

As sementes não apresentam dormência e devem ser postas para germinar logo após a colheita. A germinação ocorre num prazo de 20 a 40 dias e a taxa de germinação pode ser superior a 70%, quando se utiliza sementes novas e selecionadas pelo tamanho e peso. O crescimento das plântulas tem sido considerado lento.

H. obovatus tem ampla dispersão no Cerrado, está presente em várias unidades de conservação de proteção integral nesse bioma, mas muitas vezes ocorre em terrenos preferenciais para atividades agropastoris, o que tem colocado em risco grande parte das suas populações.

Distinção da espécie

(Em construção)

Árvore em cerrado convertido em pastagem. Monte Carmelo (MG), 25-11-2016

Flor e botões florais. Monte Carmelo (MG), 25-11-2016

Fruto imaturo. Monte Carmelo (MG), 09-02-2014

Fruto maduro, após a deiscência e dispersão das sementes. Grupiara (MG), 21-08-2017

LITERATURA
Himatanthus in Flora e Funga do Brasil. Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Disponível em: <https://floradobrasil.jbrj.gov.br/FB15559>. Acesso em: 09 mai. 2023.
LORENZI, H. 1998. Árvores brasileiras: manual de identificação e cultivo de espécies arbóreas brasileiras. Nova Odessa (SP): Editora Plantarum, v.2, 2a, p.295.
PLUMEL, M.M., 1991. Le genre Himatanthus (Apocynaceae) révision taxonomique. Boletim do Herbário Bradeanum, v.5, n.1, p.1-120.
POTT, A. & POTT, V.J. 1994. Plantas do Pantanal. EMBRAPA, Centro de Pesquisa Agropecuária do Pantanal: Corumbá (MS); Serviço de Produção de Informação: Brasília, 320 p.
SOARES,  F.P. et al. Himatanthus Willd. ex Schult. (Apocynaceae): Review. Pharmacognosy Review, v.10, n.19, p. 6–10, 2016.
SPINA, A.P. 2004. Estudos taxonômico, micro-morfológico e fitogenético do gênero Himatanthus Wild. Ex. Schult. (Apocynaceae: Rauvolfioidae-Plumerieae). Tese (doutorado). Universidade Estadual de Campinas.
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