Sinônimos: Connarus fulvus Planch., C. suberosus var. fulvus (Planch.) Forero, C. suberosus (Planch.) var. suberosus
Galinha-choca, mata-cachorro
Árvore inerme, subcaducifólia, heliófila, monoica, com até 5 m de altura e 10 cm de DAP. Ritidoma cinzento, espesso, suberoso, sulcado e fissurado, consistente ou descamante; casca interna avermelhada. Madeira leve a moderadamente pesada; cerne entre amarelado e marrom-claro. Folhas alternas, imparipinadas, tomentosas a glabrescentes; folíolos 5-11 por folha, alternos a (sub)opostos, curto-peciolulados, de base subcordada a cuneada, ápice agudo a acuminado, margem inteira, de 4-9 x 2,5-5 cm. Inflorescência paniculada, ferrugíneo-tomentosa, muito ramificada, com 15-25 cm de comprimento; flores curto-pediceladas, diclamídeas, pentâmeras, actinomorfas, andróginas, muito perfumadas, de 4-6 mm de comprimento; sépalas pilosas; pétalas glabras, amarelo intenso. Frutos assimétricos, apiculados, sublenhosos, ferrugíneo-tomentosos quando jovens, deiscentes, monospermos, de 2-2,5 x 1,5-2 cm, variando de vermelho a marrom-avermelhado quando maduros. Sementes elipsoides, marrom-escuras ou negras, duras, parcialmente envolvidas por ariloide amarelo.
Ocorre nas unidades federativas da região Centro-Oeste e nos estados do Pará, Tocantins, Maranhão, Piauí, Bahia, Minas Gerais e São Paulo. É encontrada em cerrados, cerradões e eventualmente em campos sujos, na forma de indivíduos mirrados.
Perde uma significativa parte das folhas no meado da estação seca e recompõe a folhagem antes do início da estação chuvosa. Floresce entre agosto e outubro e apresenta frutos maduros em dezembro e janeiro. As flores, com odor de mel, são intensamente frequentadas por abelhas silvestres e pela abelha exótica Apis mellifera. As sementes são dispersas por aves que se alimentam de arilo.
A madeira de C. suberosus é considerada resistente, mas devido às reduzidas dimensões dos troncos é usada apenas como lenha, em pequenas obras no meio rural e, eventualmente, em confecção de móveis simples. A casca interna é usada na fitoterapia popular, contra diarreia. Costa (2013) constatou que os extratos hexânico, de acetato de etila e etanólico da casca da raiz dessa espécie, apresentam atividade contra cepas de Leishmania (L.) amazonensis e fungos patogênicos humanos. A s flores oferecem néctar e pólen aos seus visitantes. O ariloide das sementes entra na dieta de aves silvestres. A espécie pode ser recomendada para plantio onde existe atividade apícola e, devido à sua importância para a fauna, merece prioridade em projetos de recomposição de áreas desmatadas em cerrados.
C suberosus predomina em áreas planas, favoráveis para a prática de atividades agropastoris, mas possui ampla dispersão no Cerrado e está presente em muitas unidades de conservação de proteção integral nesse bioma.