Sinônimo: Norantea adamantium Cambess.
Agarrapé, mel-de-arara, pau-de-papagaio
Árvore inerme, subcaducifólia ou caducifólia, heliófila, monoica, até até 8 m de altura e 20 cm de DAP. Tronco tortuoso, geralmente com raízes adventícias. Casca moderadamente espessa; ritidoma cinzento, irregularmente fissurado, áspero; casca interna vermelha. Cerne pardo-amarelado, pesado. Ramos geralmente longos e flexuosos, às vezes com a extremidade enraizada no chão. Folhas simples, alterno-espiraladas, subsésseis, glabras; lâmina verde-acinzentada, coriácea, obovada a elíptica, de 6-13 x 4-7,5 cm, com nectários dispostos linearmente na margem da face inferior. Inflorescência terminal, ampla, glabra, multiflora, de 10-20 cm de comprimento; flores amarelo-esverdeadas, longo pediceladas, hermafroditas, diclamídeas, pentâmeras, de 8-12 cm de comprimento, cada qual com uma bráctea sacciforme, pêndula, nectarífera, no pedicelo. Frutos globosos, apiculados, polispermos, de 12-18 mm de diâmetro, secos e deiscentes quando maduros. Sementes oblongas a reniformes, marrons, de 2,5-3,5 mm de comprimento.
É endêmica do Cerrado, com registros de ocorrência apenas nos estados de Goiás, Tocantins, Minas Gerais, Bahia e no Distrito Federal. Ocorre em cerrados rupestres, cerrados associados a solos arenosos e florestas baixas vinculadas a terrenos cascalhentos, pobres, geralmente entre 800 e 1400 m de altitude.
Floresce de abril a setembro e de dezembro a fevereiro; apresenta maior frequência e abundância de frutos maduros entre outubro e janeiro. As flores são frequentadas por insetos e beija-flores (colibris), com estes últimos sendo apontados como os seus principais polinizadores. A dispersão das sementes se dá por barocoria.
A madeira de S. adamantium é utilizada apenas localmente e de forma bastante eventual, como lenha. As flores oferecem néctar e pólen a beija-flores e insetos. A espécie, por formar árvores com conformação peculiar e apresentar inflorescências e folhagem vistosas, é indicada para arborização urbana e formação de jardins rupestres.
A multiplicação dessa espécie é feita por meio de sementes recém-retiradas de frutos maduros, lavadas e secas à sombra. A semeadura deve ser realizada em sementeiras contendo substrato rico em matéria orgânica e mantidas à sombra até a plântulas atingirem ± 5 cm de altura. A cobertura das sementes deve ser com uma tênue camada de substrato e as regas devem ser por aspersão de gotículas. A emergência das plântulas ocorre num prazo de 40-50 dias e a taxa de germinação tem sido considerada baixa. Os achados de indivíduos com ramos enraizados no solo sugerem que S. adamantium pode ser propagada também por estaquia e alporquia.
Essa espécie, apesar de estar concentrada em áreas especiais dentro do Cerrado, possui dispersão relativamente ampla nesse bioma, predomina em ambientes com muitas restrições para atividades agropastoris e está presente em unidades de conservação de proteção integral. Atualmente, a sua principal ameaça é o aumento da incidência de incêndios fortuitos.