Didymopanax distractiflorus (Cham. & Schltdl.) Marchal

Sinônimo: Schefflera distractiflora (Harms) Frodin

Mandiocão

Árvore inerme, subcaducifólia a caducifólia, heliófila, monoica ou dioica, com até 6 m de altura e 15 cm próximo à base; às vezes arbusto. Ritidoma cinzento, espesso, dividido e descamante; casca interna amarelada, escurecendo rapidamente  quando talhada. Madeira leve, marrom-clara ou bege. Copa assimétrica ou subglobosa, em geral larga e densa. Folhas alterno-espiraladas, digitadas, glabrescentes, com pecíolo de 8-15 cm de comprimento e 6-9 folíolos peciolulados de 8-15 x 6-8 cm, geralmente de cor castanha na face inferior. Inflorescências terminais, glabrescentes, na maioria das vezes de cor castanha, pendentes, formadas por umbelas e umbélulas, com eixo principal de 20-55 cm de comprimento.  Flores castanho-amareladas ou ocráceas, diclamídeas, pentâmeras, actinomorfas, andróginas, ocasionalmente unissexuais, com 4-6 mm de comprimento. Fruto transversalmente elíptico, bilobado, purpúreo e suculento na maturação, com 4-6 x 7-9 mm e 2 sementes pequenas, comprimidas, em endocarpos rijos.

Possui registros de ocorrência nos estados do Paraná, São Paulo, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul,  Bahia, Tocantins, Goiás e no Distrito Federal. No Cerrado geralmente é encontrada em cerrados de baixa a média densidade de árvores, geralmente associados a terrenos rochosos.

Perde e repõe folhas ao longo de todo o ano, mas nos meses mais secos geralmente se apresenta desfolhada. Tem sido registrada com flores fevereiro a julho e com frutos maduros de agosto a fevereiro. As flores são frequentadas por moscas e abelhas, que provavelmente são os seus polinizadores. As sementes são dispersas principalmente por pássaros.

Fornece madeira de pouca utilidade, devido às pequenas dimensões dos fustes. As flores oferecem pólen e néctar aos seus visitantes e os frutos entram na dieta de animais arborícolas e terrestres. A espécie, devido às grandes dimensões das inflorescências e infrutescências, e à grande produção de frutos, merece prioridade em projetos de arborização urbana e de recomposição de áreas alteradas em cerrados.

É propagada por sementes, que são postas para germinar sem serem retiradas do endocarpo (caroço). Este parecem ser pouco permeável à água, pois mesmo quando bem limpos e colocados em meio favorável a germinação das sementes seja demorada, desuniforme e com altas taxas de insucesso.

D. distractiflorus pode ser considerada pouco frequente no Cerrado, mas demonstra preferência por terrenos pouco utilizados para atividades agropastoris e está presente em algumas unidades de conservação de proteção integral nesse bioma.

Frutos imaturos. Autor: Ricardo Flores Haidar, 02-03-2008

LITERATURA
Fiaschi, P.; Nery, E.K. Araliaceae in Flora e Funga do Brasil. Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Disponível em: <https://floradobrasil.jbrj.gov.br/FB5098>. Acesso em: 11 mar. 2023.
FIASCHI, P. & PIRANI, J.R. 2008. Padrões de distribuição geográfica das espécies de Schefflera J. R. Forst. & G. Forst. (Araliaceae) do Brasil extra-amazônico. Revista Brasileira de Botânica, v.31, n.4, p.633-644.
FIASCHI, P. & PIRANI, J.R. 2007.  Estudo taxonômico do gênero Schefflera J.R. Forst & G. Forst. (Araliaceae) na região sudeste do Brasil Boletim de  Botânica da Universidade de São Paulo, v.25, n.1, p.95-142.
FIASCHI, P. et al. 2007. Araliaceae. In: MELHEN, T.S. et al. (eds.). Flora Fanerogâmica do Estado de São Paulo. v.5, p.1-16.
PEIXOTO, A.B.F.1982. Araliaceae. In: RIZZO, J.A. (coord.). Flora do Estado de Goiás: Coleção Rizzo. Goiânia: Universidade Federal de Goiás, v.3, 43 p.
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